HISTÓRIAS DE VIDA E FORMAÇÃO DE CUIDADORAS DE IDOSOS
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i44.8025Palavras-chave:
Formação, Histórias de Vida, Cuidadoras de IdososResumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre histórias de vida de cuidadoras de idosos, enquanto método de investigação em si mesmo e como modalidade (auto)formativa em contexto profissional. Num processo de construção de histórias de vida partilhamos do rememorar de pedaços de vida individuais, que se tornam formativamente significativos para narradores, bem como para o investigador que assim pode questionar modalidades novas de concretização epistemológica. O artigo baseia-se num processo investigativo com cuidadoras de pessoas da terceira idade. O escutar as suas vozes constitui, à partida, o reconhecimento pelo valor da sua vida, o que releva a pertinência política das histórias de vida no campo pessoal, bem como da investigação enquanto manifestação do entendimento de cada sujeito como participante no processo de construção de conhecimento social. A produção oral, realizada durante a entrevista dos atores sociais que se narram, permite uma entrega do sujeito à sua própria história, enaltecendo aquela que é a sua identidade e transmitindo-a, aos poucos, ao investigador. A vida individual é uma expressão criadora que, quando tornada conhecida aos ouvidos e análise do investigador, tende a criar interpretações polissémicas e questionamentos, potenciando novas possibilidades formativas e epistemológicas. Os resultados do estudo mostraram que as histórias de vida serviram três importantes dimensões: 1) a auto consciencialização e autoformação das participantes, 2) o nosso acesso, enquanto formadoras-investigadoras, ao conhecimento das mesmas e 3) o valor epistémico das histórias de vida no campo de conhecimento de profissionais do humano.
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